Livro (Eu, o clone)
Estávamos tendo aula
com o professor Aureliano, mestre em psicologia e “parapsicologia”, Ele estava
explicando um tema que era muito interessante , setores profundos, da psique
humana, e como sempre, existe aquele grupo cético que ele com muita graça, chamava
de A turma do Sant’Tomé, fiz alguns questionamentos e ele sentindo-se desafiado
tirou o seu velho relógio da algibeira e olhou as horas. olhou para porta da
sala de aula, abriu sua pequena maleta de medico e disse: George venha cá. Eu
nunca faço isso em público mas você já passou dos limites, minha matéria é
coisa séria. A expressão do seu rosto demonstrava uma certa irritabilidade,
todos da classe ficaram sérios meio amedrontados, eu levantei fui até o palco
pois excepcionalmente estávamos tendo aula neste dia na sala de práticas
de oratória da turma de direito. Sua voz que era um verdadeiro trovão, mudou de
uma forma muito radical. Ele pediu que sentasse na sua cadeira, tirou de sua
maleta um frasquinho, sujou dois dos seus dedos enfiou nas minhas narinas e
disse: respire mais fundo que puder e olhe para isso. Fiquei olhando para
aquele relógio balançando na frente dos meus olhos, e tudo que lembro é da
sineta suando para troca de aula e ao meu redor estavam alguns colegas dizendo:
Cara foi o máximo. para mim tinha se passado alguns segundos. Tudo que narrei
da minha regressão, foi o que estava gravado no pequeno gravador de um dos
maiores CDF’s da turma (Mauro Roberto) e o professor começou dizendo: Atenção classe:
Vou entrar no estágio beta da mente desta criatura. Passos lentos no fundo do
corredor escuro, gosto amargo de fel na língua seca, a falta dos amigos e dos
parentes. Tudo isso me faz lembrar do dia da minha morte, fui velado na minha
casa na rua das ninfas. Matei minha esposa achando que ela haverá me
traído com meu guarda livros António Constantino, por isso todos me deixaram
morrer só e desprezado, apenas o vigário da paróquia de Nossa Senhora do Rosário
dos Homens Pretos, veio para encomendar a alma
daquele corpo velho sofrido e já em estado de putrefacção, meu corpo foi levada
à tumba pelo meu escravo Benazir, fiel escudeiro, ao invés dos cânticos em
latim, como foi no enterro do primo Serafim Custódio, o povo só ouvia o lamento
mortuário dito em Ioruba por Benazir. Agora encima da minha casa
existe um prédio de vida noturna, pois minha família ñ teve coragem de
voltar ou mesmo morar naquele que era o casarão da rua das ninfas. Vez em
quando me arrasto no local que era nossa sala de estar, só para tentar reviver
os momentos felizes em que eu e Otília citávamos Antônio de
Castro Alves nos sarais que promovíamos para nossos amigos...Esta foi
a minha regressão, fiquei muito mau... Quanto aos nomes ñ fiz nenhuma pesquisa.
Quando fui visitar minha família em Recife, passei em frente a um pequeno
prédio da rua das ninfas, senti uma forte angustia ao olhar para aquele lugar,
me veio logo na mente a história da minha regressão. Me tornei paciente do
professor Aureliano. Fiz mais duas regressões.
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